Quebras de safra terão efeito sobre o PIB gaúcho neste semestre
Por Sérgio Ruck Bueno — Para o Valor, de Porto Alegre
27/01/2020 05h01 Atualizado há 5 horas
Apesar da melhora nas condições climáticas nos últimos dias, a severa estiagem e o forte calor que castigaram o Rio Grande do Sul em dezembro e em parte de janeiro deixarão um rastro de pesados prejuízos para os agricultores gaúchos e deverão ter impacto negativo sobre o Produto Interno Bruto (PIB) estadual até o segundo trimestre.
Representantes de entidades do setor estimam frustrações entre 10% e 40% nas expectativas para as safras de soja, milho, fumo e uva e para a produção de leite neste mês, o que representa perdas de R$ 4,4 bilhões a R$ 7,5 bilhões no campo considerando os volumes que deixarão de ser colhidos e os preços médios dos produtos no Estado.
“O impacto foi severíssimo para muitos produtores”, diz o secretário-adjunto da Agricultura do Estado, Luiz Fernando Rodriguez. Ele explica que não tem como fazer projeções mais precisas sobre o estrago, mas diz que não pretende ser “alarmista” e fala em uma queda “abaixo de dois dígitos” para toda a produção agrícola de verão.
Mesmo assim, reconhece que as lavouras de milho foram “tremendamente atingidas” e que houve queda de produtividade importante na produção leiteira, mas ele espera que a soja ainda recupere parte da produção perdida. Além disso, até a última quarta-feira 81 municípios gaúchos já haviam decretado situação de emergência.
Conforme o secretário-adjunto, ainda é difícil fazer uma previsão mais aproximada dos efeitos da estiagem porque a intensidade do fenômeno variou muito de região para região, com maior déficit hídrico no centro, sul e leste e menor no oeste e norte. Segundo ele, para atenuar o problema dos agricultores o governo estadual vai antecipar de maio para
Para o pesquisador do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento do Estado, Rodrigo Feix, os problemas no setor deverão prejudicar o PIB estadual até o segundo trimestre porque a colheita de soja vai até abril. De acordo com ele, a agropecuária responde por 9% a 10% do Valor Adicionado Bruto (VAB) que compõe o produt
Por isso, se os prejuízos se confirmarem, eles devem fazer com que o desempenho geral da economia local fique abaixo da nacional na primeira metade do ano, já que a região Sul foi a mais atingida pela escassez de chuva, explica ele.
Veja reportagem na íntegra no link original da matéria: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2020/01/27/estiagem-no-rs-provoca-prejuizos-de-ate-r-75-bi.ghtml